27/03/2012

Gratidão...

Senhor, muito obrigado pelo que me deste, pelo que me dás!
Pelo ar, pelo pão, pela paz!Muito obrigado pela beleza que meus olhos veem no altar da natureza.
Olhos que contemplam o céu de anil, e se detem na terra verde, salpicada de flores em tonalidades mil!
Pela minha faculdade de ver, pelos cegos, eu quero interceder, por aqueles que vivem na escuridão e tropeçam na mutidão, por eles eu oro e a TI imploro comiseração, pois eu sei que depois dessa lida, outra vida eles enxergarão!
Senhor, muito obrigado pelos ouvidos meus.
Ouvidos que ouvem o tamborilar da chuva no telhado, a melodia do vento nos ramos do salgueiro, a dor e as lágrimas que escorrem no rosto do mundo inteiro.
Ouvidos que ouvem a música do povo,que desce do morro na praça a cantar.
A melodia dos imortais que a gente ouve e não se esquece nunca mais...
Diante da minha capacidade ouvir, pelos surdos, que te quero pedir, pois eu sei que depois dessa dor, no teu reino de amor, eles voltarão a ouvir!
Muito obrigado, Senhor pela minha voz!
Mas também pela voz que canta, que ensina que consola!
Pela voz que com emoção profere uma sentida oração!
Pela minha capacidade de falar, eu TI quero rogar, pois eu sei que depois dessa dor, no teu teino de amor, eles também cantarão!
Muito obrigado Senhor, pela minhas mãos, mas também pelas mãos que oram, que semeiam, que agasalham.
Mãos de caridade, de solidariedade.Mãos que operam, mãos de poesias, de cirurgias, de sinfonias, de psicografias, mãos que unicamente frias cuida ou lava louça numa pia.
Mãos que a beira de uma sepultura, abraça alguém com ternura, num momento de amargura.
Mãos que no seio, agasalham o filho de um corpo alheio, sem receio.
E meus pés que me levam a caminhar, sem reclamar...
Porque eu vejo na terra, amputados, deformados, aleijados... e eu posso bailar!...
Por eles eu oro, e a TI imploro, porque eu sei que depois dessa expiação, numa outra situação, eles também bailarão.
Por fim Senhor,muito obrigado pelo meu lar...
Não importa se este lar é uma mansão, um ninho, um bangalô, seja lá o que for, o importante é que dentro dele exista a presença da harmonia e do amor!
O amor de mãe, de pai, de irmão, de uma companheira...
De alguém que nos dê a mão, nem que seja a presença de um cão, porque é tão doloroso viver na solidão!
Mas se eu ninguém tiver, nem um teto para me agasalhar, uma cama para eu deitar, um ombro para eu chorar ou alguém para desabafar... não reclamarei, nem blasfemarei.
Porque tenho a TI!
Então muito obrigado, porque eu nasci!
E pelo teu amor, teu sacrifício, tua paixão, por nós!
Muito obrigado, Senhor!


Paz e Luz em seu coração!



(Amelia Rodrigues/ Divaldo Franco)

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