A cura é muito romantizada. Parece que halos de luz e faíscas e gotas de amor devem surgir à medida que subimos para outras frequências. Infelizmente, esse não é o caso. A cura é exaustiva, opressora, nada glamoroso nisso. Não há cantos ou mantras de fundo, nem luzes coloridas. Curar é abrir as portas daquilo que cobrimos, que não queremos ver, e ver como todas as resistências juntas se aglomeram diante da situação incômoda de mudança. Testemunhamos como as questões de negação se manifestam, o "está tudo bem", boicotes e muitas sabotagens. A cura é árdua, profunda, caótica e flutuante, não tem um caminho reto e não há recompensas imediatas. Animar é um grande ato de coragem, é um ato privado, íntimo e muito profundo. Não vamos chamar de outro jeito, curar é curar, é ver a ferida para ver os recursos a usar para atravessá-la. Estejamos presentes no processo, por nós próprios, montando uma rede, deixando-nos sustentar e compreendendo o quão misterioso pode ser, sem controlar ou esperar nada mais do que o que vai acontecer. Tudo é perfeito.
Julieta Suarez Valente
Henn Kim Art
(Despertar o Divino)
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