19/10/2021

Reflexão!

A cura é muito romantizada.  Parece que halos de luz e faíscas e gotas de amor devem surgir à medida que subimos para outras frequências.  Infelizmente, esse não é o caso.  A cura é exaustiva, opressora, nada glamoroso nisso.  Não há cantos ou mantras de fundo, nem luzes coloridas.  Curar é abrir as portas daquilo que cobrimos, que não queremos ver, e ver como todas as resistências juntas se aglomeram diante da situação incômoda de mudança.  Testemunhamos como as questões de negação se manifestam, o "está tudo bem", boicotes e muitas sabotagens.  A cura é árdua, profunda, caótica e flutuante, não tem um caminho reto e não há recompensas imediatas.  Animar é um grande ato de coragem, é um ato privado, íntimo e muito profundo.  Não vamos chamar de outro jeito, curar é curar, é ver a ferida para ver os recursos a usar para atravessá-la.  Estejamos presentes no processo, por nós próprios, montando uma rede, deixando-nos sustentar e compreendendo o quão misterioso pode ser, sem controlar ou esperar nada mais do que o que vai acontecer.  Tudo é perfeito.

 Julieta Suarez Valente

 Henn Kim Art

(Despertar o Divino)

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