11/06/2015

Reflexão!

Somos como um farol aceso ao qual os outros são atraídos pelo brilho e clarão!
Unimo-nos na melhor das intenções, com muitas expectativas, algumas não ditas, mas sentidas com muito entusiasmo.
É uma emoção que nos colore, nos cola um ao outro e, de certa forma, nos tira do mundo e do vazio.
Criamos, assim, nosso casulo que infelizmente vira um sistema hermético de possibilidades.
As trocas são acertadas, mesmo que silenciosamente.
Quem olha com atenção para seu caminho, fica encantado com seu progresso e começa a deixar de estar disponível a coisas que não são mais encantadoras como antes, lá no longínquo início.
O brilho inicial está ofuscado pelo dia-a-dia, pela mesmice no afeto, pela falta de espaço e entendimento sobre a evolução individual.
Não há quem aguente lutar contra nosso interior que quer ser feliz.
Com luzes agora apagadas olhamos em volta e não sabemos como sair da nossa própria prisão, fria e triste, onde somos os carcereiros, cuidando para que nada mude de lugar ou situação.
Resta-nos a impotência, o isolamento emocional, o distanciamento mudo, a sensação de desvalor na relação, o descompasso e até certo descaso.

Nós estamos mudados e os outros também.
A evolução chama por todos. Em diversas culturas esta situação é chamada de traição. Esta palavra vem de traditione que significa entrega, por via popular.
Não será a entrega de nossa alma de volta?
De alguma forma enviamos essa mensagem anteriormente. Gestos frios, palavras não ditas, ações adiadas, amor reservado e desatenção verdadeira saem da nossa vida, às vezes com certo alívio.
Quando nos sentimos traídos, por não aguentarmos a névoa da insegurança, o presente e o incerto futuro, sofremos muito e na verdade também podemos nos sentir culpados pelo insucesso da relação - que enquanto durou pode ter sido boa o suficiente - mas, agora, vista por novos ângulos parece adoentada.
Podemos piorar o quadro, nos fazendo de vítimas ou nos sentindo reais vítimas desse processo criado em parceria e vestimos uma túnica de espinhos, que aparentemente causa comoção, o olhar justiceiro de todos e nossa estagnação.
Quando nos sentimos os traidores, por não aguentarmos a culpa, nos jogamos na nova relação fingindo que não estamos iniciando do zero o mesmo que vivemos anteriormente.
Na hora, nada parece justificar! Dói e dói muito!
Acredito que só o deus do tempo poderia nos socorrer. Mas, repentinamente, começamos a nos ver mais inteiros, mais observadores das nossas necessidades, mais magros ou afinados em nós, cuidando amorosamente e nos fazendo companhia, nos dando alegrias e prazeres, buscando novos aprendizados e interesses.
Rejuvenescemos! Nos desintoxicamos! É um bônus de vida!
Acredite, a traição não existe, é um acordo cego, surdo, mudo e sofrido.
É um passaporte para a vida nova que deve ser de encontros entre indivíduos amadurecidos, plenos e mais iluminados a cada dia.

Paz e Luz!


(desconheço autoria)

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